terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

09h15

Passou mais um dia e você ainda insistiu em bater forte na minha cabeça.

Agradeço por tantas coisas esses tempos, mas parece que falta sempre alguma coisa.

Ontem assisti um filme e lembrei de você...
Era um filme sobre autossuficiência, onde em certo momento você me veio a cabeça...

Lembra quando você disse que devíamos ser infelizes juntos para sermos felizes? Considere prova do quanto te amo eu ter passado tanto tempo tentando fazer a idéia dar certo. Mas, outro dia, um amigo me levou a um lugar incrível: o Augusteum. Otaviano Augusto o construiu para abrigar seus restos mortais. Vieram os bárbaros, e foi demolido, com o resto. Como Augusto, o primeiro grande imperador de Roma imaginaria a queda Roma e de todo o mundo como ele o conhecia?

      É um dos locais mais sossegados e solitários de Roma. A cidade cresceu ao seu redor ao longo dos séculos. Como uma ferida, um coração partido ao qual você se apega, pois a dor é boa

        Todos queremos que as coisas permaneçam iguais, David. Vivemos infelizes com medo que uma mudança estrague tudo. Aí eu olhei esse lugar, o caos que ele suportou, o modo como foi adaptado, queimado, pilhado e reconstruído e me tranquilizei. Talvez minha vida não tenha sido tão caótica. O mundo que é a armadilha para nos apegarmos às coisas.
  
     A ruína é uma dádiva. A ruína é o caminho que leva à transformação. Até nesta cidade eterna, o Augusteum me mostrou que devemos estar preparados para as intermináveis ondas de transformação. Nós dois merecemos mais do que ficarmos juntos por medo de sermos destruídos não ficando.”

Eu nunca vou entender como suportamos tanto, o fato de sermos infelizes juntos achando que seriamos felizes um dia.

Porque sabe...
A gente brigava tanto,
e discordava tanto,
e não aceitava a maioria das coisas um do outro.

Eu acho que tudo isso, foi prova do quanto a gente se gostava.
Mas que finalmente entendemos que merecemos muito mais.

Afinal, todos aqueles momentos bons, se tornavam tão pequenos quando entravamos naquele eterno eu-não-aceito-isso-de-você.

Você tem passado demais na minha mente, mas finalmente, de um modo diferente.

Porque a gente sempre soube...
Desde aquele Agosto do primeiro encontro,
que a gente merece muito mais.

Te desejo luz!
Toda vez que essa saudade apertar...
Porque compreendo que é bem melhor.

Te desejo amor!
Toda vez que eu te odiar, porque vi uma foto sua com alguém...
Porque sei que assim como eu, você está buscando seu melhor.

Um dia, quem sabe,
por descuido da vida, e do destino,
a gente possa se encontrar.

E sermos melhores.
E termos o melhor.

Enquanto isso...
Fica aqui, minha saudade...
Junto com a minha compreensão,
de que foi a melhor decisão,
a do nosso adeus.