quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Good Days, I Hope!

Eu lembro de deitar no teu peito naquela tarde,
olha pro teto,
e pedir com toda a força que minha alma tem,
vontade,
e esperança,
para que aquele momento não acabasse,
pra que aquilo, 
teu peito no me rosto, 
tudo,
se repetisse por muitas vezes.

Só jesus sabe do quanto eu gosto do teu corpo,
do teu espírito,
do teu efeito sobre mim,
e de tudo que tem me trazido.

Só é uma pena ter tanto empecílio.

Sério...

É uma pena a gente colocar tanta barreira,
e querer acabar até com o "simples"
que eu aceitei receber de você,
mesmo me incomodando demais.

Uma pena eu querer tanto cuidar de você,
quando metade de você,
é um completo não-desejo da gente.

Caso, se for de vez,
que eu não demore para encontra minha plenitude,
e que você não se perca,
em meio a todas as coisas vazias, 
que insiste em colocar como prioridade.

É que eu não nasci pra lidar com o meio termo,
me entende?

E esse sim/não,
não dá...

Eu não ligo de doer agora,
se depois melhorar...

Mas eu sei, que não vai...

E eu, 
que pedi com toda a força da alma,
com a vontade,
e esperança...

A gente nunca percebe as coisas,
o quanto elas valem e pesam em você e na sua vida,
até que elas mudam, ou se ausentam.

Trocamos os papéis eu acho...
No começo era diferente.

A diferença maior,
é que agora,
eu realmente gosto de você.

Oh, shit
outra vez a besteira se repetindo...
"tudo bem",
respiro.

Não importa a resposta do destino,
o resultado...
Me mantenho firme!

Dias melhores virão...

Pra mim,
pra você.

Seja como for,
é só isso que desejo.

sábado, 4 de janeiro de 2014

O que eu sou, por outro alguém.

[...] É tão difícil ver todos vocês acordando de manhã sem nada na alma, é tão difícil ver todos os casais que só sobrevivem na cola de outros casais que só sobrevivem na cola de outros casais, é praticamente impossível aceitar que as contas do final do mês valham a minha bunda sentada mais de 8 horas por dia pensando o quanto eu odeio essa gente que se acha “super” mas não passa de vendedor de sabonete ambulante.

É tão difícil ser mocinha maquiada em vestido novo e sapato bico fino quando tudo o que eu queria era rasgar todos os enfeites e cagar de quatro no meio da pista enquanto as tias chifrudas bebem para esquecer as dúvidas ao som de “Love is in the air”.

Parem de sorrir automaticamente para tudo, humanos filhos da puta, admitam que vocês não fazem a menor idéia do que fazem aqui. Admitam a dor de estar feio, e admitam que estar bonito não adianta porra nenhuma.

Eu já me senti um lixo de pijama com remela nos olhos, mas nunca foi um lixo maior do que me senti gastando meu dinheiro numa bosta de salão de beleza enquanto crianças são jogadas em latas de lixo porque a total miséria transforma qualquer filho de Deus em algo abaixo do animal.
Mas eu não faço nada, eu continuo querendo usar uma merda de roupinha da moda numa merda de festinha da moda no meio de um monte de merdas que se parecem comigo. Eu quero feder tanto quanto eles para ser bem aceita porque, quando você faz parte de um grupo, a dor se equilibra porque se nivela.

E eu continua perdida, sozinha, achando tudo falso e banal. Acordando com ressaca de vida medíocre todos os dias da minha vida.

Grande merda de vida, você muda a estação do rádio para não reparar que a menina de dez anos parada ao lado do seu carro, já tem malícia, mas não tem sapatos. Você dá mais um gole no frisante para não reparar que a moça da mesa ao lado gostou do seu namorado, e ele, como qualquer imperfeito ser humano normal, gostou dela ter gostado.

Você disfarça, a vida toda você disfarça. Para não parecer fraco, para não parecer louco, para não aparecer demais e poder ser alvo de crítica, para ter com quem comer pizza no domingo, para ter com quem trepar na sexta à noite, para ter quem te pague a roupa nova e te faça sentir um bosta e para quem te pede socorro, você disfarça cegueira.

Você passa a vida cego para poder viver. Porque enxergar tudo de verdade dói demais e enlouquece, e louco acaba sozinho. Vão querer te encarcerar numa sala escura e vazia, ninguém quer ter um conhecido maluco que lembra você o tempo todo da angústia da verdade e de ter nascido. Você passa a vida cego, mentindo, fingindo, teatralizando o personagem que sempre vence, que sempre controla, que sempre se resguarda e nunca abre a portinha da alma para o mundo. Só que a sua portinha um dia vira pó, e você morre sem nunca ter vivido, e você deixa de existir sem nunca ter sido notado. Você é mais uma cara produzida na foto de mais uma festa produzida, é um coadjuvante feliz dessa palhaçada de teatro que é a vida.

Você aceitou tudo, você trocou as incertezas da sua alma pelas incertezas da moça da novela, porque ver os problemas em outros seres irreais é muito mais fácil e leve, além do que, novela dá sono e você não morre de insônia antes de dormir (porque antes de dormir é a hora perfeita para sentir o soco no estômago).

Você aceita a vida, porque é o que a gente acaba fazendo para não se matar ou não matar todos os imbecis que escutam você reclamar horas sem fim das incertezas do mundo e respondem sem maiores profundidades: relaaaaaaaaaaaaaxa!

Eu não vou fumar, eu não vou cheirar, eu não vou beber, eu não vou engolir, eu não vou fugir de querer me encontrar, de saber que merda é essa que me entristece tanto, de achar um sentido para eu não ser parte desse rebanho podre que se auto-protege e não sabe nem ao certo do quê. Eu não vou relaxaaaaaaaaaaaaaaaaaar. [...]