Eu estava fazendo um lanche da madrugada,
E eu lembro que ele era o meu preferido entre todos os que faço...
Eu lembro que eu gostava tanto do sabor dele,
Eu tinha prazer em comer aquele lanche...
O momento estranho que estou tentando chegar, foi que,
Quando eu terminei o meu lanche prefirido da madrugada,
Eu percebi o quão sem gosto ele estava...
Digo...
Não senti o prazer dele, que antes era tão presente...
Dai comecei a pensar....
Acho que tudo que é feito com frequência perde o gosto...
Digo porque, parei pra vêr na minha própria vida,
O que antes tinha tanto gosto,
E hoje,
Não me passa nada.
O lanche foi o princípio...
A madrugada virada veio em seguida,
As festas de puro descontrole depois,
O desejo de beijar outras bocas depois (digo... Sair e encontrar alguém pra me preencher no momento e acordar vazia depois -droga eu pareço uma velha falando-),
Depois o gostar... Que eu julgava ser interminável e intenso...
E passou.
Eu venho falando de mudanças,
E acho que finalmente entendi...
A gente muda...
Os gostos passam...
E isso não é ruim...
Talvez seja meu paladar ficando mais sofisticado,
E eu mais evoluída...
Imagina só...
Viver com apenas um lanche preferido?!
Eu quero mais!
Quero conhecer o mais!
Com ou sem alguém...
Com o calor de gostar de alguém,
Ou não!
Afinal...
Se não eu, quem mais vai ser responsável pela minha principal felicidade?!
Ninguém.
Porque não da pra esperar que alguém tenha o mesmo gosto por mim pra sempre.
Assim como eu perco gostos,
Os outros também perdem...
Acredito que o que fica é a lembrança.
A doce lembrança do quanto aquilo um dia já foi tão bom pra você,
Mas hoje seu paladar está mais evoluído.
Todos nós evoluímos,
E isso é maravilhoso!
Vez em quando,
Nosso paladar encontra alguém que nunca perde o gosto,
Mas aquele gosto de começo,
Do desconhecido sendo descoberto...
Esse aí... É só no começo mesmo (e o melhor).